DE REPENTE...



Yolanda Dantas de Oliveira*

 

De repente o mundo parou!

Mas, dele não foi possível descer

Como um dia pediu o poeta.

E, nem foi pela fumaça a engolir,

Nem por ter de pagar pra nascer,

Pra viver, pra morrer, pra existir.

 

De repente o mundo parou

E a vida recuou!

E não foi por força de exércitos, bombas e canhões!

A vida parou de forma alheia à vontade de todos!

Mergulhamos em um mar de incertezas

E nele, milhares naufragaram.

Outros, como nós, ficamos a flutuar,

À espera de uma mão Divina a nos resgatar.

 

De repente o mundo parou

E, de repente a vida mudou!

Um inimigo oculto, escorregadio,

Perseguido pela ciência,

Em qualquer esquina à nos espreitar,

A nos acuar e, em nossas casas a nos aprisionar.

 

De repente, nossos queridos só ao longe podemos ver.

 

De repente, braços não mais se abraçam,

Mãos não mais se tocam.

Rostos sob máscaras nos confundem,

Sob máscaras sorrisos se escondem!

 

De repente a vida mudou!

E de repente parece que não sei mais para onde vou!

Se antes não havia certeza de nada,

Quando a vida, aparentemente, em linha reta seguia,

Agora só há a certeza da incerteza

E, de quão insignificante sou.

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*A autora é natural de Porto Real do Colégio/AL; Doutora e Mestre em Educação; Professora Aposentada da Universidade Federal de Sergipe/Departamento de Educação.

Texto escrito em 07/06/2020.

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