Povo Opará

Rua dos Caboclos, 1970.

Nhenety, nome indígena de José Nunes de Oliveira, em seus cordéis, resumo a história indígena do Baixo São Francisco e a sua vinculação histórica ao surgimento da fazenda Urubumirim que, posteriormente, tornou-se a cidade de Porto Real do Colégio.

Os cordeis foram divididos em 8 partes e cada uma delas contam momentos específicos e culturais. Vale a leitura!

Autor: Nhenety

Parte 1

As origens de um povo

Tem raízes genealógica

Estar no começo do tempo

Desde a idade pré-histórica

Mas vamos adiantar o ritmo,

para não ficar metafórica.

Antes da chegada dos portugueses,

já existia povos nativos

No movimento das migrações

Tinham grandes motivos

Na lutas pela mata atlântica,

se tornaram combativos.

Os Kariri-Xocó de muita história

Povo pluriétnico por excelência

Formado por nações indígenas,

tribos valentes na resistência.

Aldeados pela civilização

uma fusão para a sobrevivência.

Segundo Aryon Rodrigues

O Macro-jê é tronco antigo

Do qual pertence o Kariri

No que diz seu artigo

Família linguística sertaneja

Que passou grande perigo

No Brasil Pré-Cabralino

Dos antigos habitantes da costa

Povos do tronco Macro-jê,

os Tupis os expulsaram sem resposta

Empurraram para o interior,

uma vida de privações imposta.

O Macro-jê surgiu no leste

Do Brasil em 4000 antes de Cristo

Os Tupis vieram do Amazonas

No ano 900 d.C. aqui logo visto,

derrotaram as tribos Tapuias

No passado revisto.

Seguindo o rio São Francisco

Os tupis chegaram ao litoral

No Nordeste brasileiro

Numa expansão populacional

Na faixa do sul americana,

com uma dominação total.

A mata atlântica do litoral

Era a mais rica do mundo

Em fartura de caça e pesca

Tinha o azul do mar no fundo

O clima agradável da brisa

dava um sono profundo.

Nesse panorama costeiro

Os Tupis ocuparam o território

Quando os portugueses chegaram

pensava que era tudo ilusório

Mas os povos que viviam

daria lucro no exploratório.

Os portugueses no Brasil de 1500

Chegaram na Bahia de Porto Seguro

Não demorou muito tempo,

deixou o povo nativo em apuro

Trocando Machado e espelhos

para ficar com as terras do futuro.

Uma expedição de reconhecimento,

descia a costa brasileira

O navegador Américo Vespúcio

chegou na foz da grande ribeira

Foi o ano de 1501 no rio Opará 

Encontrou uma tribo costeira

No dia 4 de outubro deste ano

O rio Opará foi batizado

Com nome de São Francisco

Porque era um santo civilizado

Para ficar nos documentos

Mas também mentalizado.

No mapa étnico-histórico

Do etnólogo Curt Nimuendajú

O índio Tarobá encontrou Vespúcio

Na taba do Opará dos Natú

A região verdejante e farta

Com muitas frutas de caju.

No baixo São Francisco

na margem alagoana

Existia muitas tribos ferozes

também na beirada sergipana

Caeté, Tupinambás e Tabajara

até a cachoeira sanfranciscana.

A Coroa Portuguesa

Com recurso limitado

Delegou a tarefa de colonização

Do Brasil para ser explorado

Dividiu o território em capitanias

sob as ordens do reinado.

Em 1534 foi criadas 14 capitanias

No sistema de donatários

Para evitar o tráfico de pau-brasil

Dos franceses e corsários

principalmente no litoral

Onde eles eram os mandatários.

Os beneficiários eram da nobreza

Combinando elementos feudais

Do capitalismo exploratório

Nos documentos de Cartas Florais

Podendo construir até castelo,

ou palácios descomunais.

A Capitania de Pernambuco

Foi doada a Duarte Coelho Pereira

Possuía 12 mil léguas quadradas

Do sertão até a faixa costeira

Chamada Nova Lusitânia,

em riqueza era a primeira.

Continua


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